Realização:
Grupo de Trabalho sobre Segurança Cardiovascular das Vacinas contra a COVID-19 - Comitê científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Autores do Posicionamento:
Humberto Graner Moreira,1,2 Múcio Tavares de Oliveira Júnior,3,4,5,6 Bruno Pereira Valdigem,2,7,8 Cristiane Nunes Martins,9 Carisi Anne Polanczyk10,11,12,13
1 Liga de Hipertensão Arterial - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO – Brasil
2 Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP – Brasil
3 Centro de Infusão e Hospital Dia do InCor, São Paulo, SP – Brasil
4 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP – Brasil
5 Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DEIC) - Diretoria 2022-2023, Rio de Janeiro, RJ – Brasil
6 Projeto Insuficiência Cardíaca da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), São Paulo, SP – Brasil
7 Rede D’Or, Rio de Janeiro, RJ – Brasil
8 Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP – Brasil
9 Biocor Instituto, Nova Lima, MG – Brasil
10 Programa de Pós-graduação em Cardiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS – Brasil
11 Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS – Brasil
12 Instituto Nacional de Avaliação de Tecnologia em Saúde, Porto Alegre, RS – Brasil
13 Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, RS – Brasil
Conclusões
As vacinas contra COVID-19 são seguras e seus benefícios superam em larga escala os riscos de efeitos adversos relacionados. Os principais efeitos adversos cardiovasculares associados a essas vacinas são a VITT e a miocardite. Ao passo em que o primeiro está associado às vacinas que utilizam vetor de adenovírus, o segundo é observado entre as vacinas com tecnologia de RNAm. Miocardite associada à vacina permanece um evento adverso raro, embora a incidência entre adolescentes do sexo masculino possa chegar até 107 casos por milhão de doses, e excede a incidência de miocardite associada à COVID-19 na mesma parcela da população. No entanto, como o curso clínico da miocardite associada à vacina é geralmente leve e autolimitada, mesmo entre os
adolescentes do sexo masculino, a totalidade do efeito protetor da vacinação contra COVID-19, particularmente na prevenção de COVID-19 grave, hospitalização, MIS-C e morte, continua a exceder claramente o risco de miocardite induzida. Na faixa etária pediátrica, os benefícios vão além daqueles
diretamente relacionados à saúde do próprio paciente, também diminuindo a transmissão da COVID-19 nessa faixa etária e, de forma indireta, para indivíduos mais velhos. A vacinação reduz a necessidade de medidas de mitigação nas escolas, minimizando as interrupções na educação das crianças e a manutenção de seu bem-estar geral, saúde e segurança.
Este posicionamento deverá ser citado como:
Moreira HG, Oliveira Júnior MT, Valdigem BP, Martins CN, Polanczyk CA. Posicionamento sobre Segurança Cardiovascular das Vacinas contra COVID-19 - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022; [online].ahead print, PP.0-0